domingo, 12 de julho de 2009

O Remédio Objetivo

" Isidoro Viana, colaborador nos serviços da caridade cristã, não obstante o devotamento com que entregara aos princípios evangélicos, torturava-se, infinitamente, ante os golpes da crítica.

Nas sessões do grupo, vivia em queixas constantes.

Tão logo se incorporava Policarpo, o benfeitor espiritual que dirigia a casa, intervinha Isidoro, reclamando:

- Irmão Policarpo, estou exausto! Que me aconselha? O mau juízo sufoca-me. Se cumpro minhas obrigações, chmam-me bajulador; se me afasto do dever durante alguns minutos, acusam-me de preguiçoso. Se tomo a iniciativa do bem, declaram-me afoito, e, se aguardo a cooperação de alguém, classificam-me de tardio. Que fazer?

O mentor desencarnado contornava o problema, delicadamente, e acabava asseverando:

- O plano terrestre, meu amigo, ainda é de enormes contrastes. A luz é combatida pelas trevas, o mal pelo bem. A hostilidade que a ignorância nos abre favorece o trabalho geral de esclarecimento. Tenhamos calma e prossigamos a serviço de Nosso Senhor, que nos ajudou até à cruz.

O companheiro choramingava e, na próxima reunião, voltava a pedir:

- Irmão Policarpo, que tentar em favor da harmonia? Minha boa-vontade é inexcedível, entretanto, como proceder ante os adversários gratuitos? O cerco dessa gente é isuportável. Não consigo caminhar em paz. Se rendo culto à gentileza, abrindo o espírito à ternura dos amigos, dizem que sou explorador da confiança alheia e, se busco isolar-me, atento aos compromissos que assumi, afirmam que não passo de orgulhoso e mau irmão.

O protetor respondia, tolerante:

- A tarefa, meu amigo, serámesmo assim. Quem conhece Jesus deve desculpar a leviandade daqueles que ainda não o conhecem. Aliás, a obra de evangelização das almas demanda paciência e perdão, com sacrifício de nós mesmos. Se não nos dispusermos a sofrer, de algum modo, pela causa do bem vitorioso, quem nos libertará do mal? Tenhamos suficiente valor e imitemos o exemplo de suprema renúncia do Mestre.

Isidoro gemia, concordando a contragosto; contudo, na semana seguinte, repisava:

- Irmão Policarpo, que será de mim? A opinião do mundo é obstáculo intransponível. Não aguento mais. Em tudo a censura castiga. Se dou recursos materiais, contribuindo nas obras da compaixão fraternal, sou apontado por vaidoso com mania de ostentação, e, se procuro retrair-me, de alguma corte, gritam por aí que tenho um coração empedernido e gangrenado. A incompreensão dá para enlouquecer. Como agir?

O amigo generoso replicava, sereno:

- Semelhantes conflitos são injunções da luta santificante. Quem muito fala aprenderá, mais tarde, a calar-se... Não se prenda às desarminias alheias. Ligue-se ao bem e acompanhe as sugestões mais nobres. Enquanto a imperfeição dominar as almas, a crítica será um estilete afiado convocando-nos à demonstração das mais altas virtudes. Coloque sua mente e seu coração na Vontade do Senhor e caminhe para frente, As árvores ressequidas ou estéreis jamais recebem pedradas. Não têm frutos que tente os que passam. Avancemos corajosos no trabalho cristão.

Isidoro lamentava-se e o assunto transferia-se à reunião imediata.

De semana a semana, o aprendiz chorão multiplicava perguntas, até que, certa noite, agastado talvez com os incessantes apelos à serenidade que o instrutor lhe propunha, exclamou, desesperado:

- O que eu desejo, irmão Policarpo, é uma orientação decisiva contra os ataques indébitos. Que medida adotar para não sermos perturbados? Como anular a reprovação desalentadora? Por que processo nos livrarmos dela? Com furtar-nos ao remoque, à deturpação, à maldade? Como furtar-nos ao remoque, à deturpação, à maldade?

O benfeitor espiritual sorriu, magnânimo, e acentuou:

- Ah! já sei... Você pede um remédio objetivo...

- Isto mesmo! - tornou Isidoro, ansioso.

- Pois bem - concluiu o amigo espiritual, benevolente -, a única medida aconselhável é a paralisia da consciência. Tome meio quilo de anestésicos por dia, descanse o corpo em poltronas e leitos, durma o resto da existência, despreocupe-se de todos os deveres, fuja à aspiração de elevar-se, resigne-se à própria ignorância e cole-se a ela, tanto quanto a ostra se agarra ao penedo, e, desde que você se faça completamente inútil, por mais nada a fazer, a crítica baterá em retirada. Experimente e verá.

Isidoro escutou a estranha fórmula de olhos arregalados e, daí por diante, começou a servir sem perguntar. "


"O Remédio Objetivo" em "Contos e Apólogos" - Espírito Irmão X, psicografia de Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 23 de junho de 2009


"Quando a dúvida o assaltar, mantenha firme seu coração, no desejo sincero de perseverar até o fim.

Se a mágoa e a calúnia o feriram, não fique a lamentar-se inutilmente: gaste seu tempo em trabalhos construtivos, auxiliando a todos os que necessitam de seu apoio.

Não se deixe desfalecer pelas dores!

Ao constrário: eleve seu pensamento confiante, pedindo o socorro do Alto."


Carlos Torres Pastorino em "Minuto de Sabedoria" - página 107.

domingo, 5 de abril de 2009

Exemplo de Vida

"Se não fizermos nossa parte agora, se quisermos fazer amanhã, talvez não dê mais tempo." (Andressa Barragana)



sábado, 4 de abril de 2009

APRESENTAÇÃO DO HUAP VOLUNTÁRIO

O HUAP Voluntário nasceu de um sonho antigo do Projeto de Humanização. A partir de um evento para comemorar o Dia das Mães teve início as primeiras idéias para nascer o projeto de voluntariado do Hospital. A idéia de comemorar o Dia das Mães surgiu dentro do GTH (Grupo de Trabalho da Humanização) durante uma de suas reuniões. Um dos membros sugeriu o nome de "Mamãe eu quero" para o evento. O nome foi aceito em virtude de todas as possibilidades de se revelar desejos das mães para a instituição. Na ocasião, não havia espaço físico para realizar o evento. Em nossas caminhadas, descobrimos, no 3º andar do prédio principal, uma enorme enfermaria desativada, antiga Clínica de Apoio. O espaço físico, desativado há anos, era ocupado por pacientes cirúrgicos masculinos, vítimas, em sua maioria, de politrauma de extrema gravidade. Muitos pacientes obitavam, em virtude da gravidade de seus quadros, daí o apelido de "Vietnam". O local, em péssimas condições de higiene, deu lugar à limpeza e à ordem pelas mãos dos elementos do GTH, juntamente com os pacinetes, acompanhantes e funcionários interessados no evento. Durante uma semana de preparativos para a festa, o local foi visitado diariamente pelos funcionários, pacientes e acompanhantes que pintaram painéis, deixaram mensagens nas paredes, enfim, o evento foi participativo e motivo de criação de arte. Na ocasião, observávamos a alegria dos pacientes e acompanhantes que vivenciaram momentos de puro contentamento e lazer. Surgiu, aí, o primeiro sub-projeto do HUAP Voluntário, o projeto Criarte. Trata-se de um projeto de oficina cujo objetivo principal é o desenvolvimento de atividades artesanais com fins terapêuticos.
Atualmente, os objetivos do HUAP Voluntário são:

Objetivo Geral:

Propiciar a implantação de novas iniciativas de caráter assistencial, que levem à qualidade de atendimento e consequentemente, à satisfação e autonomia dos sujeitos envolvidos no processo de trabalho voluntário (paciente, acompanhantes, funcionários e voluntários), favorecendo a integralização da comunidade com o próprio hospital,

Objetivos Específicos:

  • Apresentar propostas para a valorização dos pacientes, acompanhantes, familiares que adentram as unidades hospitalares;
  • Contribuir indiretamente para o processo de humanzação de todos os sujeitos envolvidos;
  • Possibilitar as vivências de diversas vertentes dentro do processo de "terapilização" buscando a integralidade da saúde do grupo assistido;
  • Estimular novas formas de cuidar que valorizem o homem em sua integralidade;
  • Estimular o processo criativo de todos os sujeitos envolvidos;
  • Colaborar com o Hospital Universitário Antônio Pedro na realização e captação de recursos humanos para projetos, programas e ações que visem a melhoria do HUAP Voluntário;
  • Valorizar os programas, projetos e ações demelhorias priorizadas pelo Hospital Universitário Antônio Pedro;
  • Prestar apoio material, social e espiritual aos pacientes que dele precisem.
Os voluntários do HUAP Voluntário atuam na organização, planejamento e desenvolvimento de atividades com os pacientes em tratamento e seus acompanhantes, criando um clima positivo e propiciando momentos de lazer, relaxamento, distração, além do apoio espiritual em momentos de crise (Capelania Evangélica e Pastoral da Saúde), diminuindo, assim, os medos, angústias e inseguranças oriundos do processo de tratamento e internação.

domingo, 8 de março de 2009

Consumo de crack se torna problema de saúde pública no RS

O governo fala em epidemia: mais de 50 mil pessoas seriam dependentes.
As famílias atingidas sofrem com deficiência no atendimento.

Do G1, em São Paulo, com informações do Jornal Nacional


No Rio Grande do Sul, uma epidemia toma as ruas das grande cidades e assusta: o consumo de crack já afeta milhares de pessoas. E o estado começa a sofrer para tratar quem procura ajuda.

Em Porto Alegre, crianças e adultos consomem crack numa das avenidas mais movimentadas da cidade. A ação policial não tira o problema das ruas. Em vez de encaminhar os adolescentes para a Justiça, os policiais liberam os garotos. Minutos depois, eles voltam a se drogar.


O crack chegou ao estado há apenas dez anos. Mas a droga se espalhou com tanta rapidez que começa a desestruturar o sistema de saúde.

O governo fala em epidemia: mais de 50 mil pessoas seriam dependentes. Além da doença, as famílias atingidas sofrem com a deficiência no atendimento.


No principal hospital psiquiátrico público da capital gaúcha, a espera é longa. Muitos estão ali por decisão judicial, e mesmo assim precisam aguardar. Famílias improvisam camas no saguão do hospital.


A maioria é adolescente, como um jovem de 16 anos que pensava ter controle sobre a droga. "No começo, tu 'acha' que tem domínio. Eu trabalhava e fumava só no fim do mês. Agora, três, quatro dias sem dormir, vendendo todas as coisas”, diz.


O secretário de Saúde do RS, Osmar Terra, diz que há 80 hospitais que de seis meses para cá estão atendendo quem tem problemas com o crack.

O Ministério Público diz que a espera nessas condições é crime. E que o Estado e o Município poderão ser responsabilizados.


“Podemos enquadrar por crime de desobediência porque não está sendo prestado o atendimento ou até mesmo multa ao gestor do município ou do estado por descumprimento de decisão judicial e de comando legal”, diz Miguel Velasquez, promotor de Justiça.

terça-feira, 3 de março de 2009

Entrevista com Flávio Mussa Tavares em "O Consolador"


Revista O Consolador,
Ano 2 - N° 96 – 1º de Março de 2009
Por
ORSON PETER CARRARA


Filho do saudoso escritor Clóvis Tavares, Flávio Mussa Tavares fala sobre a pessoa e a obra de seu pai, autor de obras espíritas importantes e um dos pioneiros das
mocidades espíritas no Brasil


Nosso entrevistado, Flávio Mussa Tavares (foto), é filho do notável escritor e palestrante espírita Clóvis Tavares, que deixou expressiva contribuição literária para expansão do pensamento espírita. Flávio nasceu e reside em Campos dos Goytacazes (RJ), vincula-se à Escola Jesus Cristo, que atualmente preside.

Nascido em berço espírita, tem três livros publicados: Mandamentos de Deus, A Morte é simples mudança e Célia Lúcius, Santa Marina. Nas respostas do entrevistado, um pequeno resgate da memória do saudoso Clóvis.



O Consolador: Clóvis Tavares é um nome respeitado na literatura e no movimento espírita. Faça uma síntese biográfica dele.

Nasceu na localidade de São Sebastião, distrito de Campos, no dia 20 de janeiro de 1915, dia de São Sebastião. Viveu uma infância católica, ao lado do Padre francês, Emmille Des Touches. Na juventude, integrou um grupo de jovens que combatiam a exploração do homem pelo homem e foi dirigente político do PCB. Após a morte de sua noiva, tornou-se espírita ao reconhecê-la numa comunicação mediúnica com muitos traços de autenticidade, bastante para convencer um jovem dogmático e ateu. Após sua conversão, funda a Escola Jesus Cristo à qual dedicou-se até os 69 anos, quando desencarnou na mesma cidade.

O Consolador: Quais foram os livros que ele publicou?

Escreveu uma série de livros infantis: Dez Mandamentos, Histórias que Jesus Contou, Meu Livrinho de Orações, Vida de Allan Kardec para a Infância. Escreveu também biografias: João Batista, Vida de Pietro Ubaldi, Trinta Anos com Chico Xavier, Amor e Sabedoria de Emmanuel. Escreveu ainda livros com conteúdo filosófico-religioso: De Jesus para os que Sofrem, Sal da Terra, Rocha dos Séculos. Publicou livro de pesquisa biográfica e mediúnica: Mediunidade dos Santos. E um livro em parceria com Chico Xavier: Tempo e Amor. Uma nota triste é que a LAKE, que publica os livros infantis, adulterou à sua revelia o conteúdo do livro Meu Livrinho de Orações.

O Consolador: Como ele se tornou espírita? Ele chegou a fundar instituições? A qual se vinculou mais diretamente?

A sua profissão de fé, solenemente entregue à Federação Espírita Brasileira, na pessoa do Dr. Guillon Ribeiro, deu-se após uma comunicação do Espírito de Nina Arueira, sua noiva prematuramente desencarnada. Logo após, seguindo diretrizes espirituais, fundou a Escola Jesus Cristo. Foi a única instituição espírita à qual se vinculou.

O Consolador: Quem foi Nina Arueira na vida de Clóvis e que influência exerceu sobre ele?

Nina Arueira era uma jovem destemida e avançada no tempo, que viveu em Campos na década de 30. Escrevia artigos para os jornais da cidade, fazia conferências em teatros, liderava movimentos estudantis e operários até que vitimou-se de uma febre tifoide que a internou por alguns meses na casa de um senhor espírita que conseguiu convencê-la da verdade espiritual do ser humano e da justiça divina através da lei da reencarnação e de causa e efeito. Após sua morte, o choque emocional de meu pai fê-lo procurar uma senhora em Campos que transmitiu os recados para ele, na mesma forma e na língua em que eles se escreviam particularmente: inglês. A partir daí, conheceu Chico Xavier, o que mudou para sempre seu destino.

O Consolador: E como foram o encontro e a convivência com Chico Xavier e Pietro Ubaldi?

Chico Xavier e meu pai se conheceram em 1936, mas passaram a se visitar e trocar correspondência a partir de 1938, o que durou até 1983. De Chico escreveu meu pai um livro de memórias que traz muitas verdades escondidas nas entrelinhas: Trinta Anos com Chico Xavier e Amor e Sabedoria de Emmanuel. As cartas são um repositório de sabedoria. Pietro Ubaldi foi seu correspondente de 1950 até início de 1972. Meu pai traduziu dele As Noúres, Ascese Mística e Problemas Atuais.

O Consolador: Após a desencarnação, ele enviou mensagens?

Meu pai enviou 6 cartas mediúnicas através de seu amigo Chico Xavier, que em breve devem ser publicadas com os devidos comentários num livro que se chama "A Saudade é o Metro do Amor".

O Consolador: Suas palestras eram caracterizadas pela eloquência e grande inspiração. Comente sobre isso. Elas foram transformadas em livros?

Suas palestras eram doutrinárias e evangélicas. Falava com o coração e empolgava e sensibilizava a muitos. Além dos livros que já preparamos com suas palestras, Rocha dos Séculos e Sal da Terra, estamos em contato com o produtor de vídeo Oceano Vieira de Melo, que está juntando material para um documentário em DVD sobre a vida e a obra de Clóvis Tavares, que deve ser lançado em 2010.

O Consolador: Comente a pesquisa de seu pai sobre a personagem Célia do célebre romance 50 Anos Depois, de Emmanuel.

Papai pesquisava em livrarias do Rio e nos sebos as vidas dos santos, para descobrir se eles foram médiuns e que tipos de mediunidade tinham. Um dia encontrou uma pequena brochura a respeito de certa Santa Marina, que havia vivido em Alexandria. Ao ler a pequena biografia, percebeu tratar-se exatamente de Célia Lúcius, que no mosteiro passou a chamar-se Irmão Marinho e que após sua morte, descoberta sua real identidade, foi chamada Santa Marina. E ele enfatizava como poderia o Chico conhecer este mundo inesgotável de sabedoria, cultura e ciência? Ajuntando seus apontamentos, lancei em 18 de junho de 2008, dia consagrado na Igreja católica, em Veneza, a Santa Marina, o livro que relata as coincidências do livro 50 Anos Depois com os diversos textos das igrejas católica, maronita do Líbano, ortodoxas grega e russa.

O Consolador: Como filho, quais os aspectos mais marcantes da convivência com Clóvis, tanto no âmbito familiar como nas atividades espíritas?

Papai marcou pela correção de seu proceder na vida, pela lealdade aos princípios cristãos e espíritas e acima de tudo por viver absolutamente em consonância com os princípios que pregava. Em família, era um pai zeloso e sempre disponível para as nossas necessidades materiais e espirituais.

O Consolador: E sobre o livro A Mediunidade dos Santos, o que você tem a dizer?

Mediunidade dos Santos é, segundo Chico Xavier, "a obra-prima do Clóvis”. Todas as informações ali contidas foram confirmadas por meu pai após a sua desencarnação, quando ele se encontrou com alguns dos seus biografados no plano espiritual. Isso ele relata em algumas de suas comunicações pelo lápis de Chico Xavier, que estão inseridas no livro A Saudade é o Metro do Amor, a publicar.

O Consolador: As obras Amor e Sabedoria de Emmanuel e Os Dez Mandamentos, marcantes na visão deste entrevistador, podem ser consideradas marcos na produção literária do autor?

São momentos bem diversos. A primeira foi um preito de gratidão ao nobre Espírito Emmanuel, que traz notícias e revelações. Foi o último livro que escreveu e que viu publicado. Já o segundo foi o seu primeiro trabalho publicado, dirigido especialmente ao público infantil, que necessita conhecer os detalhes da primeira revelação. Se a criança aprende a ética judaica expressa no Decálogo, entendia ele, ela está igualmente preparada para absorver a ética do Sermão da Montanha e, após isso, das Leis Morais, de O Livro dos Espíritos.

O Consolador: Todos os livros que ele escreveu estão disponíveis ou muitos se encontram esgotados?

Quase todos se encontram nas livrarias e distribuidoras, com exceção de Sal da Terra, que foi uma edição limitada e que em seis meses esgotou-se. Estamos à procura de uma editora que o publique.

O Consolador: Acrescente informações que você julga importantes para conhecimento dos nossos leitores.

Meu pai fundou dois orfanatos na Escola Jesus Cristo. Um feminino, que permaneceu por mais de 50 anos, e outro masculino que durou menos, e que foi dirigido por ele mesmo. Educou dezenas de meninos e meninas, usando sempre uma recordação do Dr. Bezerra de Menezes: "Nada Pedir, Nada Reclamar". Fundou em consonância com Leopoldo Machado uma das primeiras Mocidades Espíritas do Brasil em 1940 e iniciou, ainda na década de 30, um estudo sistematizado da Codificação Espírita que permanece até hoje, seguindo o seu modelo, sem férias e aberto à comunidade.

O Consolador: Suas palavras finais.

Espero que possamos reconhecer os fundamentos doutrinários do Espiritismo, vivê-los de modo simples e multiplicá-los. Multiplicar bênçãos é um dever de todos que entenderam a parábola do Semeador. E assim, espalhando conhecimento, alegria e fraternidade, foi o que o meu pai fez.