domingo, 8 de março de 2009

Consumo de crack se torna problema de saúde pública no RS

O governo fala em epidemia: mais de 50 mil pessoas seriam dependentes.
As famílias atingidas sofrem com deficiência no atendimento.

Do G1, em São Paulo, com informações do Jornal Nacional


No Rio Grande do Sul, uma epidemia toma as ruas das grande cidades e assusta: o consumo de crack já afeta milhares de pessoas. E o estado começa a sofrer para tratar quem procura ajuda.

Em Porto Alegre, crianças e adultos consomem crack numa das avenidas mais movimentadas da cidade. A ação policial não tira o problema das ruas. Em vez de encaminhar os adolescentes para a Justiça, os policiais liberam os garotos. Minutos depois, eles voltam a se drogar.


O crack chegou ao estado há apenas dez anos. Mas a droga se espalhou com tanta rapidez que começa a desestruturar o sistema de saúde.

O governo fala em epidemia: mais de 50 mil pessoas seriam dependentes. Além da doença, as famílias atingidas sofrem com a deficiência no atendimento.


No principal hospital psiquiátrico público da capital gaúcha, a espera é longa. Muitos estão ali por decisão judicial, e mesmo assim precisam aguardar. Famílias improvisam camas no saguão do hospital.


A maioria é adolescente, como um jovem de 16 anos que pensava ter controle sobre a droga. "No começo, tu 'acha' que tem domínio. Eu trabalhava e fumava só no fim do mês. Agora, três, quatro dias sem dormir, vendendo todas as coisas”, diz.


O secretário de Saúde do RS, Osmar Terra, diz que há 80 hospitais que de seis meses para cá estão atendendo quem tem problemas com o crack.

O Ministério Público diz que a espera nessas condições é crime. E que o Estado e o Município poderão ser responsabilizados.


“Podemos enquadrar por crime de desobediência porque não está sendo prestado o atendimento ou até mesmo multa ao gestor do município ou do estado por descumprimento de decisão judicial e de comando legal”, diz Miguel Velasquez, promotor de Justiça.

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