segunda-feira, 24 de setembro de 2007
O motivo do grito
Falando de distâncias entre corações...
Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
- Porque as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
- Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles.
- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado, questionou novamente o pensador.
- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar:
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.
Então ele esclareceu:
- Vocês sabem por que se grita com uma pessoa? O fato é que quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam.
Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem.
É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam
palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será
tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.
"A boca só fala do que o coração está cheio, verifique sempre o conteúdo de seu coração"
domingo, 23 de setembro de 2007
Olhe, vá em frente, não se esqueça
Liberdade dentro da cabeça
E a cabeça fora do que há
De mal pra você
Ouvindo a música, sentindo o que ela me traz, uuuu...
Subo até as estrelas para entender como é que se faz,
faz, faz
Para esquecer a dor que os meus olhos não conseguem
ver
Destrua o meu coração que estará destruindo você,
uuu..
Você é filho da terra, dadiva dada por seu Deus,
uuu...
A fome dos meus filhos não será a riqueza dos seus
Ô chama que destrói, corrói o que é belo, tudo o que
faz bem
Controle suas palavras, minha liberdade não pertence a
ninguém
Mas o amor pode chegar, ilumi....nar e colorir ...
Quando um coração está cansado de ver
As lágrimas da rosa ao ver o espinho morrer
Mas, o carcará foi dizer à rosa
Que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol
Olhe vá em frente não se esqueça
Liberdade dentro da cabeça
E a cabeça fora do que há de mal para você
Olhe vá em frente não se esqueça
Liberdade dentro da cabeça
E a cabeça fora do que há de mal
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Fita Amarela - Noel Rosa
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela.
Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão
Não quero flores
Nem coroa com espinho
Só quero choro de flauta
Violão e cavaquinho
Estou contente,
Consolado por saber
Que as morenas tão formosas
A terra um dia vai comer.
Não tenho herdeiros
Não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos
Mas não paguei a ninguém
Meus inimigos
Que hoje falam mal de mim,
Vão dizer que nunca viram
Uma pessoa tão boa assim.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
"Vivem os estudantes de direito hoje, no Brasil, uma perplexidade singular e angustiante: quase tudo aquilo que seus professores de direito penal, processual penal e - nas raras escolas que oferecem a disciplina - criminologia lhes ensinam é cabalmente questionado ou desmentido, em uníssono, pelas grandes empresas de comunicação, em seu noticiário, seus editoriais, suas "pesquisas", suas peças publicitárias e suas crônicas. É como se o fruto desse pensamento único da grande mídia, convertido em discurso propulsor de um senso comum político-criminal, advertisse permanentemente os estudantes de direito para o que se espera que eles venham a ser: juízes impiedosos perante os dramas que desfilam à sua frente, promotores sádicos que se comprazem em contabilizar os séculos de liberdade humana que lograram embargar, advogados submissos pela covardia ou pelo carreirismo, policiais capazes de degustar um charuto entre os corpos ainda quentes executados. São esses os heróis deles. Mas a juventude acadêmica deseja outro destino, e irá construí-lo, na contra-mão do senso comum massivamente destilado pelas manchetes dos jornais e pelos âncoras da tevê..."
A juventude acadêmica e a questão criminal
Nilo Batista
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Presença em Pompéia
— ficará sob uma cinza que não sabes.
Sob a cinza que ainda não sabes
ficará teu filho por nascer
e também os meninos que já sabiam desenhar nos muros.
Ficarão os figos que ontem puseste na cesta.
Ficarão as pinturas da tua sala
e as plantas do teu jardim, de estátuas felizes,
sob a cinza que não sabes.
Os gladiadores anunciados não lutarão
e amanhã não verás, próximo às termas,
a mulher que desejavas.
Tu ficarás com a chave da tua porta na mão;
tu, com o rosto da amada no peito;
amo e servo se unirão, no mesmo grito;
os cães se debaterão com mordaças de lava;
a mão não poderá encontrar a parede;
os olhos não poderão ver a rua.
É uma noite ardente, a que se prepara,
enquanto a luz contorna a coluna e o jato d'água:
— a luz do sol que afaga pela última vez as roseiras verdes.
Cecília Meireles
Pompéia foi outrora uma antiga cidade do Império Romano situada a sensivelmente 22 km da moderna Nápoles, na Itália, no território do atual município de Pompéia. A antiga cidade foi destruída durante uma grande erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 depois de Cristo. A erupção do vulcão provocou uma intensa chuva de cinzas que sepultou completamente a cidade, que se manteve oculta por 1600 anos antes de ser reencontrada por acaso. Cinzas e lama moldaram os corpos das vítimas, permitindo que fossem encontradas do modo exato em que foram atingidas pela erupção do Vesúvio. Desde então, as escavações proporcionaram um sítio arqueológico extraordinário, que possibilita uma visão detalhada na vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga.
sábado, 1 de setembro de 2007
Pelo Tombamento Estadual do Cine Icaraí - Niterói
Desde agosto de 1907, funcionava ao ar livre no Jardim Icaraí, hoje praça Getúlio Vargas, o Cinematógrapho Icarahy, que utilizava energia elétrica cedida gratuitamente da Cia. Cantareira e Viação Fluminense.
Em 30 de setembro de 1916 em uma bem montada casa no local do atual Cine Icaraí começaram as exibições - com os filmes “O crime da meia noite” e “Uma causa célebre”.
O prédio atual foi construído nas décadas de 30/40 dá seguimento à tradição de exibições de filmes no local. Ele compõe um importante reduto artístico da cidade inserido na vida cultural de Niterói juntamente com a Reitoria da UFF, que abriga o Centro de Artes (Galeria de Arte, Fotografia, Espaço Livre, Cinema, Orquestra Sinfônica Nacional e Teatro).
É um dos últimos prédios em nossa cidade com traços da influência da arquitetura Art Déco, muito utilizado nos tempos áureos do cinema americano de Hollywood, além de testemunhar o desenvolvimento urbano de Niterói.
O Cinema Icaraí é testemunha da construção de uma capital cultural e política para o Estado do Rio de Janeiro e marca arquitetonicamente essa história.
Considerando ainda a afeição que os niteroienses, de diversas gerações, possuem pelo Cine Icaraí, o município através da Lei 1838/2001 promove o seu tombamento, preservando-se assim definitivamente a sua condição, uso e a Praça Getúlio Vargas acima citada.
No entanto, em 2005, o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural – CMPC – em reunião com representantes do Grupo Severiano Ribeiro, proprietário do imóvel e do cinema á época, toma ciência de que este não deseja mais manter o cinema aberto por questões comerciais, em especial a disputa com os espaços de cinema Multiplex.
Nesse sentido, em negociação, o CMPC flexibilizou o interior do prédio de modo a permitir a construção de mais salas, tornando o cinema viável economicamente.
Mas mesmo assim, a graças ao lobby da indústria imobiliária, deixando de fora o CMPC das decisões, foi promulgada a Lei 2381, em agosto de 2006, que “destomba” parcialmente o Cinema Icaraí ao preservar apenas a fachada frontal do prédio e permite a construção de um edifício de 14 andares de apartamentos, o que desfigura o prédio, além disso, passa a entender como cultura lan house e outros tipos de lojas.
A Prefeitura Municipal de Niterói vetou o Projeto de Lei de destombamento e o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural deu parecer unânime o contrário.
Porém, a Câmara de Vereadores derrubou o veto do prefeito.
Desde então, os moradores do município têm realizado manifestações públicas em defesa do Cine Icaraí. Já são mais de oito mil assinaturas e praticamente todas as entidades do movimento social organizado estão nessa luta, o que demonstra uma vontade pública de ter de volta, sem descaracterização arquitetônica, o Cine Icaraí.
Mais do que isso, o Cine Icaraí é em nossa cidade um patrimônio cultural integral, entendido pelo valor arquitetônico e pelo seu uso como cinema. É a síntese de patrimônio imaterial e material, onde um enriquece e dá significado ao outro.